Quais são as doenças que podem ser tratadas com canabidiol?
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O Canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinóides presentes na planta Cannabis sativa (Canabis – Izzo et al., 2009) e não produz os efeitos psicoativos típicos da planta (Hollister, 1973; Martin-Santos et al., 2012). Uma extensa revisão dos estudos de toxicidade e efeitos adversos do CBD, na qual foram avaliados mais de 120 trabalhos, a maioria em animais e poucos em humanos, sugere que este canabinóide é bem tolerado e seguro, mesmo em doses elevadas e com uso crônico (Bergamaschi et al., 2011). Todavia, não há estudos suficientes em humanos que possam ser caracterizados como das Fases 2 e 3 dos estudos clínicos que comprovem sua segurança e eficácia. Os estudos existentes envolvem número limitado de participantes de pesquisa. Os estudos de toxicidade e efeitos adversos do uso continuado de CBD em humanos envolveram voluntários saudáveis, pacientes com epilepsia, pacientes com doença de Huntington, pacientes com doença de Parkinson e pacientes com esquizofrenia. Nesses estudos, as doses de CBD variaram de 200 a 1.500 mg (dosagem mais frequente de 800 mg), por períodos entre quatro e 18 semanas. As medidas de acompanhamento incluíram: testes bioquímicos e laboratoriais de sangue, eletrocardiograma, eletroencefalograma, pressão arterial, frequência cardíaca, exame físico e neurológico e relato subjetivo de sintomas adversos. Nesses estudos não foram encontradas alterações consistentes associadas ao uso do CBD a não ser alguns relatos de sonolência com doses mais altas (Cunha et al., 1981; Carlini & Cunha, 1981; Consroe et al., 1991; Zuardi et al., 1995, 2006, 2009; Leweke et al., 2012). O uso repetido do CBD, diferente do que ocorre com o THC (Δ9-tetra-hidrocanabinol), não produziu tolerância de seus efeitos, nem qualquer sinal de dependência ou abstinência em testes com camundongos (Hayakawa et al., 2007). Ao lado desse perfil favorável de efeitos adversos, nos últimos 40 anos vêm sendo acumuladas evidências experimentais que apontam o CBD como uma substância com um amplo espectro de ações farmacológicas. Muitas dessas ações têm um potencial interesse terapêutico em diversos quadros nosológicos, entre eles: a epilepsia, a esquizofrenia, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, isquemias, diabetes, náuseas, câncer, como analgésico e imunossupressor, em distúrbios de ansiedade, do sono e do movimento, (para revisão ver Zuardi, 2008; Izzo et al., 2009). As evidências de eficácia foram observadas em diferentes níveis, do pré-clínico em animais aos ensaios clínicos em pacientes, dependendo da cada doença estudada. Para as epilepsias refratárias da criança e do adolescente, existem evidências em todos os níveis, até os ensaios clínicos controlados e duplo-cegos, todavia, com número restrito de pacientes. A epilepsia é um distúrbio cerebral que acomete em torno de 1% da população mundial (Schmidt, et al., 2012), prejudicando gravemente a qualidade de vida (Devinsky et al., 1995) e podendo provocar danos cerebrais, especialmente no período de desenvolvimento (Berg et al., 2012). Dentre os pacientes refratários a tratamento se encontra um grupo específico, correspondente às epilepsias da infância e da adolescência refratárias aos tratamentos convencionais, tais como as encontradas nas Síndromes de Dravet, Doose e Lennox-Gastaut. Na definição proposta pela International League Against Epilepsy, as epilepsias resistentes a tratamento são aquelas em que ocorre falha de resposta a adequado ensaio clinico com dois anticonvulsivantes tolerados e apropriadamente usados (seja como monoterapia ou em combinação) para alcançar remissão de crises de modo sustentado (Fisher RS et al. A practical clinical definition of epilepsy, Epilepsia 2014; 55:475-482). A questão da definição de refratariedade aos tratamentos disponíveis tem sido muito discutida e despertado grande interesse para a tomada de decisão quanto à indicação de cirurgias ablativas que, por sua natureza, são irreversíveis. Nesse contexto, de acordo com Eliana Garzon, para se considerar um paciente com epilepsia intratável de forma medicamentosa, o controle satisfatório das crises não poderia ser obtido com nenhuma das drogas anti-epilépticas (DAE), usadas isoladamente ou em combinação, até doses ou níveis subtóxicos. Sendo assim, a intratabilidade é um conceito relativo que deve ser baseado na probabilidade de que o controle das crises não ocorrerá com outras drogas, uma vez que não se obteve controle satisfatório com algumas das DAE previamente usadas. Estudos em adultos e crianças sugerem que a probabilidade de remissão completa de crises não adequadamente controladas, após o uso de duas ou três DAE consideradas potencialmente eficazes, é de 5% a 10%. Apesar de um grande número de drogas antiepilépticas, existe um consenso de que não ocorreram progressos substanciais no controle de crises epilépticas nos últimos 40 – 50 anos, desde a introdução da carbamazepina e do valproato (Löscher & Schmidt, 2011; Beyenburg et al., 2010). Nos últimos 30 anos foram introduzidas mais de 15 drogas antiepilépticas, de terceira geração, mas, ainda assim, 20 a 30 % dos pacientes com epilepsia não têm suas crises controladas por medicações (Sillanpää et al., 2006; Brodie et al., 2012). Muitos desses pacientes têm indicação de neurocirurgia, que varia desde a retirada de parte de um lobo cerebral até completa hemisferectomia, na tentativa de controle das crises. Entretanto, muitos dos pacientes resistentes ao tratamento antiepiléptico também não preenchem os critérios clínicos para a indicação de cirurgia, e diversos dos pacientes operados não remitem completamente das crises. Diante desse quadro fica clara a importância do desenvolvimento de novos tratamentos para a epilepsia, com drogas efetivas nos casos resistentes aos tratamentos disponíveis, que apresentem menos efeitos adversos e que modifiquem a história natural da doença, protegendo dos danos cerebrais causados pela doença (Löscher et al., 2013). O efeito antiepiléptico foi um dos primeiros efeitos farmacológicos do CBD, descrito em roedores por um grupo de pesquisadores brasileiros, no início dos anos 1970 (Carlini et al., 1973; Isquierdo et al., 1973). Até o momento, o CBD foi testado em 16 modelos de convulsões em animais, com resultados indicativos de efeito terapêutico em 15 deles (Isquierdo et al., 1973; Carlini et al., 1973; Turkanis et al., 1974; Consroe & Wolkin, 1977; Consroe et al., 1982; Jones et al., 2010; Jones et al., 2012; Shirazi-zand et al, 2013). O primeiro estudo prospectivo, duplo cego, controlado por placebo, foi realizado com 15 pacientes portadores de epilepsia de lobo temporal, com crises convulsivas secundariamente generalizadas, resistentes aos tratamentos habituais. Neste estudo, o CBD (200 a 300 mg/dia) ou placebo, foi adicionado à medicação que os pacientes vinham utilizando, por um período de até 18 semanas. Quatro dos oito pacientes tratados com CBD evidenciaram melhora significativa da sua condição, mantendo-se praticamente isentos de crises na maior parte do estudo. Outros três pacientes, em tratamento com CBD, apresentaram melhora parcial em sua condição clínica e apenas um dos oito pacientes não mostrou melhora. Além disso, três pacientes tratados com CDB mostraram melhora no eletroencefalograma (EEG). Entre os pacientes que receberam o placebo, apenas um melhorou, enquanto sete permaneceram inalterados. O CBD foi bem tolerado por todos os participantes (Cunha et al., 1980). Depois dessa publicação, passaram-se mais de 30 anos, sem que outros estudos fossem publicados, a não ser dois resumos com informações incompletas. Em 2013, foi publicado um estudo retrospectivo, com a aplicação de um questionário a 19 pais de crianças com epilepsia resistente aos tratamentos habituais e que estavam sendo tratadas com um extrato de Cannabis, rico em CBD. Este estudo relatou que 83% deles relataram redução no número de crises (Porter & Jacobson, 2013). Um ensaio clínico aberto e prospectivo, do CBD em crianças e adultos jovens com crises convulsivas resistentes ao tratamento, vem sendo realizado, desde o final de 2013, no Centro Médico Langone da Universidade de Nova York e na Universidade da Califórnia em São Francisco. Foi divulgada uma análise parcial deste estudo, com 27 pacientes, que completaram pelo menos 12 semanas de tratamento. Desses pacientes, o diagnóstico mais frequente foi síndrome de Dravet (n=9). Os demais pacientes compreendem uma gama de epilepsias resistentes. Os pacientes eram predominantemente crianças com uma idade média de 10,5 anos. Todos os pacientes que participaram desse estudo foram observados por quatro semanas com a medicação que vinham fazendo uso, em média 2,7 medicações antiepilépticas (linha de base). Após esse período, passaram a receber o CBD (5 a 20 mg/kg/dia) durante pelo menos 12 semanas, em adição à medicação que recebiam na linha de base. A porcentagem de redução de crises na 12ª semana foi comparada com as quatro semanas da linha de base. A redução média da frequência de crises em relação a frequência das crises da linha de base foi de 44%. Uma redução de pelo menos 70% de crises foi obtida em 41% de sujeitos e 15% de todos os pacientes ficaram livres de crises. Para os nove pacientes com Síndrome de Dravet a redução média de crises foi de 52% (GW Pharmaceuticals, 2014). Os dados de efeitos adversos do CBD, nesse estudo aberto, foram obtidos de 62 crianças (27 com pelo menos 12 semanas de tratamento e as demais com um tempo menor do que 12 semanas). Nenhum paciente foi retirado do estudo por efeito adverso. Também, nenhum dos eventos graves pôde ser associado ao uso do CBD em análise realizada por investigadores independentes. Os efeitos adversos foram todos de intensidade leve ou moderada e os mais comuns (>10%) foram: sonolência (40%), fadiga (26%), diarréia (16%), diminuição do apetite (11%), aumento do apetite (10%) (GW Pharmaceuticals, 2014). Como observado anteriormente, os estudos existentes realizados em humanos envolvem número limitado de participantes de pesquisa, não sendo suficientes para comprovar sua segurança e efetividade. Em 2013 uma droga, que contem o CBD como seu ingrediente ativo recebeu a designação de Droga Órfã (DO) pelo FDA para o tratamento da síndrome de Dravet – uma forma rara e grave de epilepsia infantil resistente a drogas. Sete estudos de acesso expandido foram concedidos pelo FDA, dos EUA, para o tratamento com esta droga (Epidiolex) em crianças que sofrem de síndromes epilépticas intratáveis.
Atualmente, as conclusões disponíveis para a utilização do CBD permite inferir que: (1) somente as formulações farmacêuticas de CBD que possam satisfazer as exigências de produção e purificação, com padronização e controle de qualidade seriam adequadas para a administração em crianças; (2) estudos controlados com placebo devem ser realizados com urgência, a fim de fornecer evidências robustas a cerca da segurança e eficácia do CBD. Desta forma, o uso do CBD fora do escopo experimental e compassivo somente poderá ser autorizado frente a dados científicos obtidos dentro das normas internacionais de estudos clínicos que venham a demonstrar de forma definitiva a segurança, efetividade e aplicabilidade clínica. No entanto, é necessário definir parâmetros para uso compassivo do canabidiol para tratamento da epilepsia da criança e do adolescente refratários aos tratamentos convencionais de maneira que o uso da medicação seja o mais seguro possível e permita o acompanhamento dos doentes. Por todo o exposto fez-se necessário à elaboração desta Resolução pelo Conselho Federal de Medicina visando normatizar o uso compassivo do CBD para casos refratários de epilepsia e esquizofrenia, justificando esta classificação pelo fato de que os poucos estudos existentes referem-se mais a estas duas doenças.
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Para quem é indicado o canabidiol?
Para o que serve o canabidiol? – O canabidiol hoje é utilizado para diferentes tipos de tratamentos de doenças crônicas, que podem afetar seriamente a saúde física e mental do paciente. É possível administrá-lo em diversos quadros. Veja alguns: ● alivia dores crônicas causadas por lesões degenerativas graves, doenças crônicas incapacitantes (como a fibromialgia) ou proporcionadas pelo agravamento de doenças (como nos cuidados paliativos de pacientes oncológicos).
Qual o benefício do remédio canabidiol?
Estudos científicos avançam na medida em que a cannabis medicinal enfrenta ainda barreiras de preconceito. São diversos os benefícios comprovados pelo uso da maconha medicinal de forma orientada, com eficácia no tratamento ou controle de sintomas de doenças e transtornos de saúde.
O canabidiol, também conhecido como CBD, e o tetrahidrocanabinol ou THC atuam como neuromoduladores nos receptores espalhados pelo corpo, afetando diretamente o sistema nervoso central. A diferença é que o canabidiol não é mais considerado doping desde pouco antes das Olimpíadas de Tóquio 2020, podendo ser usado por atletas.
Já o THC, por possuir propriedades psicoativas, segue na categoria de doping. Utilizada da maneira correta, a cannabis medicinal auxilia no desempenho de atletas — Foto: Istock Getty Images – Ao saber dos benefícios da cannabis medicinal para a sua condição, o paciente pode sugerir o tratamento – destaca Vitor Brasil, médico especialista em Medicina Preventiva e Mestre em Educação em Saúde.
Autismo (THC+CDB) – Controle da ansiedade e agitação, reduzindo a hiperatividade e beneficiando o controle do sono. Câncer (CDB, podendo ser associado ao THC) – A cannabis medicinal não trata a doença em si, mas pode ser usada no tratamento de náuseas e vômitos causados por quimioterapia e radioterapia, melhorando a qualidade de vida do paciente. Demências como Alzheimer (CDB) – Redução da gliose reativa e da resposta neuro inflamatória, com indícios sobre os impactos no desenvolvimento de déficits cognitivos. Dor crônica (CDB) – Os efeitos analgésicos auxiliam na redução de dores crônica, incluindo dor neuropática, dor devido a lesões na medula espinhal, artrite, dores musculares e até mesmo em síndromes dolorosas causadas pela endometriose. Espasticidade muscular (THC) – Melhora de quadros de rigidez e movimentos involuntários musculares em pacientes com esclerose múltipla e lesão medular. Epilepsia (CDB) – Melhora significativa das convulsões, sendo uma das principais indicações formais para epilepsias de difícil controle. Estresse pós-traumático (CDB) – Redução dos sintomas de ansiedade e melhora dos parâmetros de sono. Fibromialgia e dor crônica (CDB) – Os efeitos analgésicos e relaxantes ajudam a diminuir dores e inflamações. Transtornos de ansiedade (CDB) – Redução dos sintomas de ansiedade e melhora dos parâmetros de sono. Mal de Parkinson (CDB) Glaucoma (THC) – Atinge diretamente o nervo óptico dos olhos. Como o globo ocular possui receptores canabinoides, a cannabis medicinal pode favorecer a redução da pressão intraocular momentânea. Há relatos de pacientes de que o uso da cannabis medicinal pode reduzir o embaçamento da visão e melhorar a percepção visual. Lesões musculares (CDB) – Contém propriedades analgésicas e anti-inflamatórias que podem ajudar a aliviar a dor associada a lesões esportivas e outras condições, Por melhorar o sono e o estresse, também contribui para a recuperação muscular, prevenindo lesões.
Cannabis medicinal é cientificamente comprovada como eficiente no tratamento de diversas doenças — Foto: Istock Getty Images Em tratamentos contra o câncer, por exemplo, a cannabis medicinal ajuda a aliviar sintomas como náuseas e vômitos causados pela quimioterapia.
- De acordo com a neurologista e professora da Unigranrio, Vanessa Gil, ela possui propriedades antieméticas que podem reduzir esses sintomas, além de estimular o apetite em pacientes que estão perdendo peso.
- Esses efeitos podem ser benéficos para o bem-estar geral do paciente e podem contribuir para melhorar sua qualidade de vida durante o tratamento do câncer.
No entanto, é importante lembrar que o uso de cannabis medicinal deve ser feito com supervisão médica adequada para garantir que seja seguro e eficaz para cada paciente individualmente – alertou. Nas últimas olímpiadas, o CBD não entrou na política de anti-dopping para competidores, mas o THC permanece na lista de substância proibidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA).
Para atletas de alto rendimento, Vitor afirma que a cannabis medicinal, por auxiliar sintomas de estresse e ansiedade muito comuns em épocas de competição, permite que o esportista tenha mais foco. Segundo Vanessa, oferece ainda alívio para uma variedade de condições relacionadas à saúde dos atletas.
– Pode ajudar a reduzir a inflamação em atletas que sofrem de doenças inflamatórias crônicas. Outro benefício é a melhoria do sono, o que é fundamental para a recuperação muscular e o desempenho atlético – completa. Fontes: Vitor Jorge Woytuski Brasil é médico especialista em Medicina Preventiva e Mestre em Educação em Saúde e médico integrante da equipe Anna Medicina Endocanabinoide, startup que nasceu para desburocratizar o acesso à cannabis medicinal no Brasil.
Quem não pode usar o canabidiol?
Doença O canabidiol (CBD) é uma substância química da planta Cannabis sativa,
Essa planta, que contém mais de 80 produtos químicos denominados canabinoides, também é chamada de maconha ou cânhamo. Os dois ingredientes principais na cannabis são o tetraidrocanabinol (THC) e o CBD. O THC é responsável pelos efeitos intoxicantes da cannabis e possivelmente contribui para os benefícios à saúde proporcionados pela planta. Ao contrário do THC, o CBD não é intoxicante. Os cientistas acreditam que os canabinoides protegem a planta de cannabis contra insetos, bactérias, fungos e fatores ambientais estressantes. O CBD parece prevenir a decomposição de uma substância química no cérebro que ajuda a controlar a dor, o humor e a função mental.
Alguns desses produtos contêm apenas CBD e outros contêm CBD combinado com outros ingredientes. Os rótulos de muitos produtos contendo CBD oferecem informações incorretas sobre a quantidade de CBD no produto e, às vezes, as concentrações de CBD no mesmo produto podem ser diferentes. Por exemplo, um estudo descobriu que apenas 31% dos produtos de CBD prestavam informações exatas nos rótulos; 43% continham mais CBD que o indicado no rótulo e 26% continham menos que o indicado no rótulo. Além disso, THC (ou maconha) foi encontrado em 21% dos produtos
Transtorno bipolar Dor Ansiedade Doença de Crohn Diabetes Problemas de sono Esclerose múltipla Sintomas de abstinência de heroína, morfina e outros entorpecentes opioides
Três estudos demonstraram que um produto à base de CBD puro, disponível apenas com receita médica, reduz as convulsões em adultos e crianças com duas formas raras de epilepsia. Nesses estudos, as pessoas foram tratadas com o produto à base de CBD por 14 semanas enquanto continuavam a tomar outros medicamentos anticonvulsivantes.
O tratamento com CBD diminuiu o número de convulsões e reduziu sua frequência e gravidade. Pesquisas sobre outros alegados benefícios de saúde para o CBD incluem estudos de má qualidade e/ou que foram realizados em um pequeno número de pessoas. O CBD é provavelmente seguro para ser tomado por via oral ou borrifado sob a língua.
Em estudos, até 1.500 mg de CBD tomados por via oral por no máximo quatro semanas pareceram ser razoavelmente seguros. Porém, o CBD pode ter efeitos colaterais, como boca seca, pressão arterial baixa, diarreia, diminuição do apetite, alterações de humor, tontura e sonolência.
O CBD pode causar lesões hepáticas, sobretudo se não for usado sob supervisão médica. Os contaminantes em alguns produtos à base de CBD podem prejudicar fetos ou bebês e, portanto, o CBD possivelmente não é seguro para gestantes ou lactantes. Pessoas com doença hepática que usam CBD talvez precisem tomar doses mais baixas que as tomadas por pessoas saudáveis. Doses altas de CBD podem piorar tremores e outros movimentos indesejáveis em pessoas com doença de Parkinson. Em estudos em animais, o CBD diminuiu o desenvolvimento de espermatozoides e o tamanho dos testículos, de modo que ele talvez possa afetar a fertilidade em homens. Alguns produtos à base de CBD estão contaminados com solventes, inclusive alguns que podem causar câncer, bem como pesticidas, metais pesados, bactérias e fungos. Alguns desses contaminantes podem ser prejudiciais ao feto. Um produto sintético vendido no estado de Utah causou algumas intoxicações agudas.
O CBD pode acelerar ou retardar a decomposição de determinados medicamentos pelo organismo e, portanto, diminuir ou aumentar a concentração desses medicamentos no corpo. Exemplos de medicamentos que podem aumentar a concentração de CBD no sangue incluem:
Vários tipos de medicamentos usados para tratar a epilepsia (incluindo brivaracetam, carbamazepina, clobazam e topiramato) Everolimo e tacrolimo, medicamentos usados para, por exemplo, prevenir a rejeição de órgão após um transplante Metadona (usada para tratar pessoas viciadas em opioides) Outros medicamentos, incluindo amitriptilina (um antidepressivo tricíclico que às vezes é usado para tratamento da dor crônica), varfarina (um anticoagulante), omeprazol (um tipo de medicamento chamado inibidor da bomba de prótons, usado para diminuir a produção de ácido gástrico), nicotina, lítio (um estabilizador do humor) e cetamina (um anestésico ocasionalmente usado para tratar a depressão)
É possível que o CBD interaja de outras maneiras com outros medicamentos, como, por exemplo,
sedativos, como benzodiazepínicos, fenobarbital e morfina, bem como álcool: o CBD pode causar sonolência e, portanto, tomar o CBD juntamente com sedativos pode causar excesso de sonolência. Fenitoína e rifampicina: podem diminuir a concentração de CBD. Levotiroxina, varfarina e alguns medicamentos anticonvulsivantes: o CBD pode aumentar as concentrações séricas desses medicamentos e, com isso, potencializando e intensificando seus efeitos. Ácido valproico: Tanto o ácido valproico quanto o CBD podem causar lesão hepática; portanto, a combinação de CBD e ácido valproico pode aumentar a chance de ter lesão hepática.
Um produto puro à base de CBD, disponível apenas com receita médica, reduz o número de convulsões, bem como sua gravidade e frequência em adultos e crianças que tomam outros medicamentos anticonvulsivantes para uma dentre duas formas raras de epilepsia.
Gestantes e lactantes e pessoas com doença hepática, doença de Parkinson e homens que querem ter filhos não devem tomar CBD. Tomar CBD enquanto estiver tomando outros medicamentos que podem causar sonolência ou tomando bebidas alcoólicas pode causar sonolência extrema, o que pode ser perigoso. As pessoas que tomam medicamentos (incluindo sedativos, medicamentos anticonvulsivantes, alguns antidepressivos, ácido valproico e medicamentos para prevenir a rejeição de órgãos transplantados) devem conversar com o médico antes de tomar CBD. As normas relacionadas ao CBD são complicadas e confusas. Se uma pessoa optar por tomar CBD, ela deve adquirir o produto de uma drogaria ou farmácia e procurar por um “Certificado de autenticidade”.
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O que o canabidiol faz com o cérebro?
Em um ano, houve um aumento de 93% na importação de produtos derivados de cannabis no Brasil, o que inclui o canabidiol (CBD). Mas, afinal, quais os efeitos do canabidiol no cérebro ? Existem efeitos colaterais? Entenda estas e outras questões neste blog especial.
- Vale lembrar que o canabidiol é uma das 400 substâncias produzidas pela maconha e, ao contrário do uso recreativo, não causa ação alucinógena ou efeitos colaterais severos.
- De forma geral, podemos dizer que os efeitos do canabidiol no cérebro se dão na interação do sistema endocanabinoide, influenciando no controle de atividades do cérebro,
Entre os benefícios possíveis estão a proteção de células cerebrais (neuroproteção) e plasticidade neural. “A concepção desse sistema se iniciou na década de 1950, mas sua descrição mais precisa começou a se desenvolver a partir dos anos 80”, explica o Dr.
- Renato Anghinah, Professor Livre-Docente da FMUSP e neurologista no HCFMUSP.
- O especialista esclarece que a ação da substância no cérebro não cura doenças, mas promove mais qualidade de vida.
- Neste cenário, há uma série de condições com evidências já comprovadas.
- A indicação com mais embasamento científico é para epilepsia, além do tratamento coadjuvante do autismo e dor neuropática.
“Além dessas três indicações, nós temos outras que vão se fortalecendo cada vez mais do ponto de vista científico, que são: ansiedade, alguns tipos de distúrbio de sono e dores crônicas, com um pouquinho menos de força”, menciona o neurologista. Há registros também de tratamentos para a agitação ao fim do dia em pacientes com demência, conhecida como síndrome do pôr do sol.
Qual é o valor do canabidiol?
R$ 574,88.
Tem canabidiol na farmácia?
Resumindo – Canabidiol é aprovado pela Anvisa e legal no Brasil? Sim. Em 2019, a Anvisa criou uma categoria especial para produtos à base de canábis. Desde então, já aprovou 11 produtos, sendo seis de canabidiol para a venda em farmácias e drogarias no Brasil.
- No entanto, a compra só pode ser feita por pacientes com prescrição médica e receita de controle especial.
- Como comprar canabidiol? Com a receita em mãos, se o produto for de um canabidiol aprovado no Brasil, basta levar a receita de controle especial (tipo A ou B) em uma farmácia ou drogaria que venda o produto.
Também é possível importar, mas, para isso, é preciso solicitar uma autorização especial no site da Anvisa. Quanto custa comprar canabidiol? O preço do canabidiol varia bastante, conforme a posologia e fabricante, principalmente. No entanto, quando vendido no Brasil, costuma variar entre R$250,00 e R$2.500,00.
Quanto tempo leva para o canabidiol começar a fazer efeito?
Quanto tempo leva para o canabidiol fazer efeito? – O tempo necessário para o CBD produzir efeitos varia de uma pessoa para outra. Também é preciso considerar a via de administração e dosagem na forma de medicamento. De qualquer forma, estima-se que, quando ingerido via oral, ele possa fazer efeito em cerca de 30 minutos a uma hora.
Precisa de receita para comprar canabidiol?
Qual é a receita de canabidiol? O canabidiol é vendido mediante a apresentação da receita branca C1. Isso porque se trata de um remédio controlado, que conta com monitoramento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Quanto tempo devo tomar canabidiol?
Como o canabidiol é administrado? – Embora a sua apresentação mais conhecida seja o óleo de canabidiol, também estão disponíveis atualmente cápsulas, spray e cremes tópicos, Assim, normalmente se inicia o tratamento com o óleo de canabidiol em doses baixas, escolhendo formulações sem ou com THC em diferentes níveis, dependendo da indicação.
Quantas gotas de canabidiol para dor?
Via de administração: Via oral 2.4. Posologia: Segundo receituário anexado aos autos (ID.38078903), Canabidiol 50mg/ml, tomar 10 gotas de 12 em 12 horas.
Como o canabidiol age na ansiedade?
Cannabidiol, a Cannabis sativa constituent, as an anxiolytic drug Artigos • • OBJETIVOS: Revisar e descrever os estudos do constituinte não psicotomimético da Cannabis sativa, o canabidiol (CBD), como ansiolítico e discutir seus possíveis mecanismos de ação.
MÉTODO: Os artigos selecionados para a presente revisão foram identificados por meio de busca eletrônica em inglês, português e espanhol nos bancos de dados ISI Web of Knowledge, SciELO, PubMed e PsycINFO e combinando os termos “canabidiol e ansiolíticos”, “canabidiol e semelhante ao ansiolítico” e “canabidiol e ansiedade”.
Foram também revisadas as listas de referências dos artigos incluídos, de revisões da literatura e de capítulos de livro. Incluímos trabalhos experimentais em humanos e em animais, sem limite de tempo. RESULTADOS: Estudos com modelos animais de ansiedade e envolvendo voluntários saudáveis sugerem claramente que o CBD possui efeitos ansiolíticos.
- Além disso, o CBD mostrou-se capaz de reduzir a ansiedade em pacientes com transtorno de ansiedade social.
- CONCLUSÃO: Futuros ensaios clínicos com pacientes portadores de diferentes transtornos de ansiedade, em especial pacientes com transtorno do pânico, obsessivo-compulsivo, ansiedade social e estresse pós-traumático, são oportunos.
Além disso, ainda é necessário determinar a adequada faixa terapêutica do CBD e os exatos mecanismos envolvidos nessa ação ansiolítica. canabidiol; Cannabis sativa; ansiolíticos; transtornos de ansiedade OBJECTIVES: To review and describe studies of the non-psychotomimetic constituent of Cannabis sativa, cannabidiol (CBD), as an anxiolytic drug and discuss its possible mechanisms of action.
METHOD: The articles selected for the review were identified through searches in English, Portuguese, and Spanish in the electronic databases ISI Web of Knowledge, SciELO, PubMed, and PsycINFO, combining the search terms “cannabidiol and anxiolytic”, “cannabidiol and anxiolytic-like”, and “cannabidiol and anxiety”.
The reference lists of the publications included, review articles, and book chapters were handsearched for additional references. Experimental animal and human studies were included, with no time restraints. RESULTS: Studies using animal models of anxiety and involving healthy volunteers clearly suggest an anxiolytic-like effect of CBD.
- Moreover, CBD was shown to reduce anxiety in patients with social anxiety disorder.
- CONCLUSION: Future clinical trials involving patients with different anxiety disorders are warranted, especially of panic disorder, obsessive-compulsive disorder, social anxiety disorder, and post-traumatic stress disorders.
The adequate therapeutic window of CBD and the precise mechanisms involved in its anxiolytic action remain to be determined. cannabidiol; Cannabis sativa; anxiolytics; anxiety disorders
ARTICLE I Laboratório de Pânico e Respiração, Instituto de Psiquiatria (IPUB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil II Universidade Federal Fluminense, Brasil III Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil IV Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), BrasilCorrespondência para RESUMO OBJETIVOS: Revisar e descrever os estudos do constituinte não psicotomimético da Cannabis sativa, o canabidiol (CBD), como ansiolítico e discutir seus possíveis mecanismos de ação.
MÉTODO: Os artigos selecionados para a presente revisão foram identificados por meio de busca eletrônica em inglês, português e espanhol nos bancos de dados ISI Web of Knowledge, SciELO, PubMed e PsycINFO e combinando os termos “canabidiol e ansiolíticos”, “canabidiol e semelhante ao ansiolítico” e “canabidiol e ansiedade”.
Foram também revisadas as listas de referências dos artigos incluídos, de revisões da literatura e de capítulos de livro. Incluímos trabalhos experimentais em humanos e em animais, sem limite de tempo. RESULTADOS: Estudos com modelos animais de ansiedade e envolvendo voluntários saudáveis sugerem claramente que o CBD possui efeitos ansiolíticos.
Além disso, o CBD mostrou-se capaz de reduzir a ansiedade em pacientes com transtorno de ansiedade social. CONCLUSÃO: Futuros ensaios clínicos com pacientes portadores de diferentes transtornos de ansiedade, em especial pacientes com transtorno do pânico, obsessivo-compulsivo, ansiedade social e estresse pós-traumático, são oportunos.
Além disso, ainda é necessário determinar a adequada faixa terapêutica do CBD e os exatos mecanismos envolvidos nessa ação ansiolítica. Descritores: canabidiol; Cannabis sativa; ansiolíticos; transtornos de ansiedade. Introdução Cannabis sativa é a droga de abuso mais utilizada em todo o mundo, e cerca de 20% da população mundial de jovens a usam de forma abusiva e regular.1 O principal componente psicoativo da planta é o delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), uma das substâncias responsáveis pelos efeitos psicoativos da maconha.2-4 O canabidiol (CBD) é outro composto abundante na Cannabis sativa, constituindo cerca de 40% das substâncias ativas da planta.5 Os efeitos farmacológicos do CBD são diferentes e muitas vezes opostos aos do Δ9-THC.6 O número de publicações sobre o CDB aumentou consideravelmente nos últimos anos e sustenta a ideia de que o CBD possui uma gama de possíveis efeitos terapêuticos; entre essas possibilidades, as propriedades ansiolíticas e antipsicóticas se destacam.7-10 Os efeitos ansiolíticos do CBD são, aparentemente, semelhantes àqueles dos medicamentos aprovados para tratar a ansiedade, 11 embora suas doses efetivas não tenham sido claramente estabelecidas e os mecanismos subjacentes a esses efeitos não sejam totalmente compreendidos.
A baixa afinidade do CBD para neurorreceptores canabinoides 12,13 e suas propriedades agonistas nos receptores 5-HT1A 14,15 foram demonstradas repetidamente. A maioria dos estudos sobre o CDB foi realizada em roedores, mas estudos usando amostras de seres humanos também forneceram resultados promissores.16,17 Portanto, o objetivo deste trabalho foi revisar a literatura científica sobre as propriedades ansiolíticas do CBD em animais e em seres humanos.
Método Os artigos selecionados para esta revisão foram identificados por meio de buscas em inglês, português e espanhol em bancos de dados eletrônicos ISI Web of Knowledge, SciELO, PubMed e PsycINFO e combinando os termos de busca “canabidiol e ansiolítico”, “canabidiol e semelhante ao ansiolítico” e “canabidiol e ansiedade”.
Além disso, as listas de referências dos artigos selecionados, revisões da literatura e capítulos de livros relevantes foram pesquisadas manualmente em busca de referências adicionais. Estudos experimentais com amostras humanas e animais foram incluídos e não houve limite de tempo.
Buscamos excluir os estudos que avaliaram o fumo de Cannabis, pois não é possível estabelecer a dose, a composição e a proporção dos diferentes canabinoides nesse caso, além das grandes variações individuais nas amostras inscritas. Por fim, não incluímos estudos utilizando extratos contendo tanto THC como CBD na forma oral (Cannador ® ) ou de spray bucal (Sativex ® ) devido à dificuldade de estabelecer os efeitos somente do CBD ().
Estudos de Animais Os dois primeiros artigos sobre os efeitos do CBD na ansiedade experimental foram publicados em revistas que não estavam indexadas nos bancos de dados utilizados para esta revisão, mas foram localizados através da busca manual nas listas de referências da literatura relevante.
Esses dois trabalhos mostraram resultados contraditórios. Em um deles, não foram observados efeitos significativos de altas doses de CBD (100 mg/kg) em ratos no teste de conflito de Geller Seifter.18 No outro, uma dose baixa de CDB (10 mg/kg) causou efeitos ansiolíticos em ratos submetidos ao teste de resposta emocional condicionada.19 Estudos posteriores utilizando o labirinto em cruz elevado (LCE) ajudaram a elucidar essa contradição.9 O LCE consiste em dois braços abertos opostos (50 x 10 cm) e dois braços fechados (50 x 10 x 40 cm) que se cruzam em sua porção central.
Os braços são feitos de madeira e ficam a 50 cm do solo. Nesse estudo, os ratos injetados com CDB, diazepam ou veículo (substâncias inativas) foram colocados no centro do labirinto de frente para os braços fechados. Os tempos gastos e os números de entradas nos braços abertos e fechados foram medidos durante 10 minutos.
A frequência de entradas nos braços abertos dos animais que receberam CBD apresentou uma curva em forma de U invertido, com taxas significativamente mais elevadas do que as observadas em animais tratados com veículo, nas doses de 2,5, 5 e 10 mg/kg. As medidas dos ratos tratados com 20 mg/kg de CDB não diferiram daquelas dos controles, sugerindo que os efeitos ansiolíticos somente estão presentes em baixas doses, o que explica a ausência dos efeitos relatados com 100 mg/kg de CDB em 1981.18 A mesma curva em forma de U invertido da resposta à dose foi obtida com uma grande variedade de doses de CBD no LCE (Onaivi et al,).20 Além disso, o mesmo padrão foi observado com a infusão direta de CBD na substância cinzenta periaquedutal (SCP) de ratos testados no LCE, 15,21 confirmando que os efeitos ansiolíticos somente devem ser esperados ao uso de doses baixas de CBD.
Os mecanismos pelos quais o CBD atua para diminuir a ansiedade foram estudados em vários modelos animais de ansiedade usando roedores. Um desses estudos usou o teste de conflito de Vogel, 22 no qual o animal é privado de água e colocado em uma gaiola com a parte inferior da grade ele trificada através da qual o animal recebe um choque após lamber a água por um número pré-determinado de vezes.
Três substâncias foram testadas em ratos, utilizando o seguinte procedimento: CBD (2,5, 5 e 10 mg/kg), diazepam e flumazenil (um antagonista dos receptores de benzodiazepina), além de veículo (placebo). Os testes mostraram que o CBD produziu efeitos consistentes com os do diazepam, aumentando o número de lambidas mesmo que resultassem em punição.
Flumazenil antagonizou o efeito ansiolítico do diazepam, mas não o do CBD, sugerindo que os efeitos do CBD não são mediados pela ativação dos receptores de benzodiazepina. Há evidências fortes mostrando que o sistema serotoninérgico está envolvido na ação ansiolítica do CBD.
A injeção do antagonista do receptor 5-HT1A, o WAY-100635 (WAY), diretamente na SCP dorsolateral (SCPdl) de ratos antagonizou os efeitos ansiolíticos do CBD no LCE e no teste de conflito de Vogel.15 A participação dos receptores 5-HT1A na ação ansiolítica do CBD também foi derivada das respostas comportamentais e cardiovasculares ao estresse em ratos.11 Nesse estudo, os animais foram intraperitonealmente injetados com veículo ou CBD (1, 10 e 20 mg/kg) e, após 30 minutos, foram confinados durante 60 minutos.A imobilização aumentou a pressão arterial, a frequência cardíaca e as respostas de ansiedade no LCE 24 horas depois, e esses efeitos foram atenuados pelo CBD.
O pré-tratamento com WAY-100635 bloqueou a ação ansiolítica do CBD. A injeção de CDB intra-SCP dorsal também bloqueou as respostas semelhantes ao pânico no labirinto em T elevado (LTE) e as respostas de fuga à estimulação elétrica dessa área.23 O LTE tem três braços com as mesmas dimensões, dois abertos e um fechado, e permite medir a evitação de entrada nos braços abertos quando o animal é colocado no braço fechado, bem como de fuga quando o animal é colocado no braço aberto.
A resposta semelhante à de pânico observada com o CBD nos dois procedimentos foi antagonizada pela administração prévia intra-SCPdl do WAY.22 A administração oral crônica de CBD também teve efeitos antipânico no LTE, que foram neutralizados pela administração intra-SCPdl do WAY. No entanto, a administração crônica de CBD não alterou a concentração extracelular de serotonina na SCPdl ou a expressão dos receptores 5-HT1A ou 5-HT2C, indicando que o CBD ativa diretamente os receptores 5-HT1A.24 Descobriu-se que o CBD também ativa o receptor vaniloide tipo 1 (TRPV1) 25 e há evidências de que essa ativação pode explicar a forma da curva em U invertido da resposta de efeito ansiolítico do CBD observada no LCE.
Os receptores TRPV1 regulam a libertação de glutamato na SCPdl e o aumento da ativação desse sistema resultaria no aumento da ansiedade. Portanto, foi sugerido que doses elevadas de CBD na SCPdl podem ativar os receptores TRPV1 locais, facilitando a neurotransmissão glutamatérgica e aumentando a ansiedade.
- Para testar essa hipótese, os ratos pré-tratados com o antagonista TRPV1 capsazepina na SCPdl receberam injeções de CBD (30 e 60 mg/kg) na mesma região e foram testados no LCE.
- A dose de 60 mg/kg de CBD, que não havia apresentado ação ansiolítica anteriormente, foi capaz de reduzir a ansiedade após pré-tratamento com capsazepina, sugerindo que a ativação dos receptores TRPV1 pela dose mais elevada de CBD contrabalançaria o efeito ansiolítico do CBD produzido pela ativação dos receptores 5-HT1A.21 Como a serotonina também está envolvida no transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), os efeitos do CBD foram testados em ratos submetidos ao teste de enterrar bolas de gude (TEBG), um modelo animal de comportamento compulsivo.
O CBD induziu uma redução significativa no número de bolas enterradas em doses diferentes (15, 30 e 60 mg/kg), na comparação com controles em um padrão dose-dependente. O mesmo foi observado com a administração de ISRS paroxetina (10 mg/kg) e diazepam (2,5 mg/kg).
- No entanto, os efeitos do CBD na dose de 30 mg/kg persistiram, mesmo após sete dias de administração repetida diária, enquanto os efeitos do diazepam desapareceram.
- O pré-tratamento com WAY (3 mg/kg) neutralizou os efeitos da paroxetina, mas não afetou a ação do CBD, a qual foi evitada pelo pré-tratamento com o antagonista do receptor CB1, AM251, (1 mg/kg).26 Essa ação do CBD no TEBG foi recentemente replicada por um outro grupo usando uma dose mais elevada (120 mg/kg).27 A participação dos receptores canabinoides específicos (CB1) na ação ansiolítica do CBD também foi investigada com o uso de modelos animais.
No estudo com o LCE que relatou o antagonismo do efeito ansiolítico do CBD intra-SCPdl causado pelo WAY, o antagonista do receptor CB1, AM251, foi incapaz de evitar esse efeito.15 No entanto, o sistema desse receptor parece estar envolvido em outra ação ansiolítica semelhante à do CBD, de acordo com testes utilizando um procedimento conhecido como condicionamento contextual de medo.
Nesse procedimento, os animais são pré-condicionados a um ambiente hostil (choques nos pés) e posteriormente expostos ao mesmo ambiente, quando eles normalmente apresentam resposta de congelamento, cuja duração pode ser monitorizada como uma medida da ansiedade. Tanto o CBD quanto o diazepam são efetivos para atenuar a resposta de congelamento em ratos, bem como o aumento da frequência cardíaca e da pressão sanguínea induzido pela reexposição ao ambiente contextualmente temido.10 Esse efeito do CBD sobre a memória contextual também é produzido pelo inibidor da recaptação de endocanabinoides, AM404, o qual aumenta a disponibilidade de canabinoides na fenda sináptica.28 Nesse estudo, as duas drogas foram injetadas nos ventrículos e seus efeitos foram neutralizados pelo antagonista dos receptores CB1, SR141716A, sugerindo o envolvimento do sistema en-docanabinoide na ação ansiolítica do CBD nesse modelo.
A região pré-límbica do córtex pré-frontal parece ser a base desse efeito do CBD, pois a redução do medo contextual produzida pela administração sistêmica do CBD (10 mg/kg) está associada à redução da expressão de c-Fos nessa área. Além disso, a microinjeção de CBD (30 nmol) na região prélímbica do córtex frontal reduziu a resposta de congelamento induzida pela reexposição ao contexto aversivo.29 Os efeitos do CBD sobre o medo contextual indicam uma possível ação terapêutica desse canabinoide no transtorno do estresse pós-traumático.
Outra área que aparentemente está envolvida nos efeitos ansiolíticos semelhantes aos do CBD é o núcleo leito da estria terminal (NLET). Ainjeção intra-NLET de CBD (15, 30 e 60 nmol) aumentou o número de lambidas punidas no teste de conflito de Vogel e o número de entradas nos braços abertos do LCE. Esses efeitos foram bloqueados em ratos pré-tratados com WAY.30 O CBD também foi eficaz em um modelo etológico que investiga os comportamentos induzidos pelo medo inato, o paradigma predador-presa.31 Esse procedimento foi realizado usando uma caixa semitransparente de plexiglas na forma de uma arena quadrangular (154 x 72 x 64 cm) com as paredes cobertas com uma película refletora de luz e piso em plexiglas transparente sobre uma placa de aço inoxidável dividida em 20 retângulos iguais.
Um dos cantos da arena tem uma caixa de abrigo com paredes pretas e um labirinto complexo no interior. Três dias antes do experimento, os ratos foram colocados e mantidos nessa arena, com livre acesso à comida e água até o dia do ensaio. O comportamento do grupo “não ameaçado” foi registrado durante cinco minutos.
- Os animais expostos ao predador (cobra) foram divididos em quatro grupos (n = 12/11 por grupo) e pré-tratados com injeções intraperitoneais de CBD (0,3, 3 e 30 mg/kg) ou veículo (grupo controle).
- O grupo dos animais que não foram confrontados com o predador não apresentou comportamento defensivo.
- Os animais pré-tratados com CBD apresentaram reduções significativas em fuga explosiva e imobilidade defensiva, respostas relacionadas aos modelos de pânico.
As avaliações de risco e atenção defensiva não mostraram alteração nos animais tratados com CBD. Esses resultados sugerem que o CBD pode ser efetivo no controle dos ataques de pânico. Estudos em Humanos A primeira evidência dos efeitos ansiolíticos do CBD em humanos, documentada com escalas de avaliação, foi publicada em 1982 em um estudo sobre a interação entre CBD e THC.7 A amostra do estudo foi composta por oito voluntários com idade média de 27 anos, sem problemas de saúde e que não haviam usado Cannabis sativa nos últimos 15 dias.
Em um procedimento duplo-cego, os voluntários receberam CBD, THC, THC + CBD, diazepam e placebo em diferentes sequências e dias. Os resultados mostraram que o aumento da ansiedade após a administração de THC foi significativamente atenuado à administração simultânea de CDB (THC + CBD). Com base nessas evidências preliminares, os pesquisadores decidiram investigar uma possível ação ansiolítica do CBD na ansiedade induzida experimentalmente em voluntários saudáveis usando o modelo de simulação de falar em público (SFP).32 O procedimento consiste em pedir ao sujeito para falar em frente a uma câmera de vídeo por alguns minutos, enquanto a ansiedade subjetiva é medida com escalas de autoavaliação e os correlatos fisiológicos de ansiedade são registrados (frequência cardíaca, pressão arterial, condutância da pele).
O CBD (300 mg), bem como as drogas ansiolíticas diazepam (10 mg) e ipsapirona (5 mg), administrado de modo duplo-cego, atenuou significativamente a ansiedade induzida pela SFP. O teste de SFP pode ser considerado um bom modelo de ansiedade e tem validade aparente para o transtorno de ansiedade social (TAS), pois o medo de falar em público é considerado uma característica central nessa condição.
Portanto, o efeito ansiolítico do CBD em voluntários saudáveis observado nesse teste levou à hipótese de que esse canabi noide poderia ser eficaz para tratar o TAS. Essa hipótese foi recentemente testada em 24 pacientes com TAS que tiveram seus desempenhos no teste de SFP comparados àqueles de um grupo de 12 controles saudáveis.33 Os pacientes com TAS foram divididos em dois grupos de 12, um dos quais recebeu 600 mg de CBD e o outro, placebo, em procedimento duplo cego.
Os resultados mostraram que os níveis de ansiedade, sintomas somáticos e autoavaliação negativa nos pacientes que receberam placebo foram maiores do que naqueles do grupo CBD que tiveram desempenhos semelhantes aos controles saudáveis em algumas medidas.
Em outro estudo que investigou os efeitos do CBD sobre o fluxo sanguíneo cerebral regional (FSCr) em voluntários saudáveis, usando tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), a ansiedade induzida pela SFP foi reduzida nos pacientes que receberam CBD.34 Nesse estudo, os pacientes receberam CBD (400 mg) ou placebo, em uma abordagem duplo-cega cruzada, em duas sessões experimentais com um intervalo de uma semana.
O CBD reduziu significativamente a ansiedade subjetiva medida por escalas de avaliação, enquanto a atividade cerebral foi aumentada no giro hipocampal esquerdo e diminuída no complexo amígdala-hipocampo esquerdo, incluindo o giro fusiforme. Esse padrão de resultados na SPECT é compatível com uma ação ansiolítica.
A SPECT também foi usada posteriormente para investigar os correlatos neurais dos efeitos ansiolíticos do CBD em uma amostra de pacientes com TAS.17 Uma única dose de CBD (400 mg) conseguiu reduzir as medidas de ansiedade subjetiva e a SPECT mostrou alterações nas mesmas regiões previamente identificadas nos voluntários saudáveis.
A ressonância magnética funcional (RMf), que permite a aquisição de uma série maior de imagens com melhor resolução temporal e espacial, foi usada para investigar os correlatos neurais dos efeitos ansiolíticos do CBD em 15 voluntários saudáveis.35 Esse experimento mostrou que o CBD (600 mg) atenuou as respostas observadas na RMf durante o reconhecimento das expressões faciais de medo na amígdala e no cíngulo anterior, e que esse padrão de atenuação correlacionou com as respostas da condutância da pele aos estímulos.
O mesmo grupo também relatou que a ação ansiolítica do CBD ocorre pela alteração da conectividade subcortical pré-frontal via amígdala e cíngulo anterior.16 Conclusão Em conjunto, os resultados de estudos em animais de laboratório, voluntários saudáveis e pacientes com transtornos de ansiedade sustentam a proposta do CBD como uma nova droga com propriedades ansiolíticas.
Como o CBD não tem efeitos psicoativos e não afeta a cognição, possui um perfil de segurança adequado, boa tolerabilidade, resultados positivos em testes com seres humanos e um amplo espectro de ações farmacológicas, 36 esse composto canabinoide parece estar mais próximo de ter suas descobertas preliminares na ansiedade traduzidas para a prática clínica.37 Estudos futuros devem testar essa possibilidade em ensaios clínicos envolvendo pacientes com diferentes transtornos de ansiedade, especialmente os transtornos do pânico, obsessivo-compulsivo, de ansiedade social e pós-traumático.
- Além disso, como as ações do CBD são bifásicas, a janela terapêutica adequada para cada distúrbio de ansiedade ainda precisa ser determinada.
- Com relação ao mecanismo subjacente aos efeitos ansiolíticos do CBD, as evidências mais consistentes apontam para o envolvimento do sistema serotoninérgico, provavelmente através da ação direta dos receptores 5-HT1A, embora outros sistemas, como o próprio sistema endocanabinoide, também podem estar envolvidos.
Estudos complementares são necessários para esclarecer essas questões, especialmente se considerarmos que o CBD é uma droga com uma variedade de efeitos no sistema nervoso.38-40 Referências
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Alexandre Rafael de Mello Schier I ; Natalia Pinho de Oliveira Ribeiro I ; Adriana Cardoso de Oliveira e Silva I,II,IV ; Jaime Eduardo Cecílio Hallak III,IV ; José Alexandre S. Crippa III,IV ; Antonio E. Nardi I,IV ; Antonio Waldo Zuardi III,IV
Publicação nesta coleção 19 Jun 2012 Data do Fascículo Jun 2012
Recebido 02 Mar 2011 Aceito 18 Dez 2011
: Cannabidiol, a Cannabis sativa constituent, as an anxiolytic drug
Onde posso comprar canabidiol?
Quem pode comprar canabidiol? – O canabidiol pode ser vendido em farmácias e drogarias, mas só podem comprar produtos à base de CBD pessoas com prescrição médica. Para fazer a compra, é preciso ter uma prescrição, laudo clínico, uma receita de controle especial, e, em alguns casos, uma declaração de responsabilidade assinada pelo paciente e seu médico, além de uma aprovação da Anvisa.
- Em geral, o produto é recomendado por suas propriedades ansiolíticas, antidepressivas e terapêuticas.
- Por isso, é indicado para o tratamento de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, Parkinson, epilepsia e ansiedade.
- No entanto, a Anvisa só libera a compra dos produtos quando há a prescrição médica, indicando que outras medidas já foram tomadas e não surtiram efeito.
Por isso, é fundamental conversar com o seu médico para entender a real indicação.
Tem canabidiol pelo SUS?
A lei que prevê a distribuição gratuita de medicamentos com canabidiol pelo SUS de São Paulo foi sancionada em 31 de janeiro pelo governador Tarcísio de Freitas.
Quais são os efeitos colaterais do canabidiol?
Quais os efeitos colaterais do canabidiol? – Como qualquer medicamento, o canabidiol pode produzir efeitos colaterais, No entanto, esses efeitos geralmente não são graves e incluem sintomas como sonolência, tontura, mal-estar generalizado, diarreia e tremores. O especialista poderá alterar as doses conforme a resposta do organismo.
Quantas gotas de canabidiol para ansiedade?
Principais fatores para posologia do canabidiol – Para definir a posologia do CBD, o médico deve avaliar os seguintes quesitos:
A potência do medicamento;O peso do paciente;O efeito esperado;A via de administração.
Por não ter uma dosagem padronizada como mínima, geralmente inicia-se o tratamento com baixas quantidades, que podem ser aumentadas devido à resposta do tratamento do paciente. Ou seja, a prática é começar com poucas gotas do óleo e ir aumentando gradativamente.
A FDA ( Food and Drug Administration ), para o tratamento de epilepsia, preconiza uma primeira dose de 5mg do canabidiol, devendo ser acompanhada a evolução do tratamento. Não havendo progresso, aumenta para 10mg na segunda semana, podendo chegar a porção máxima de 20mg na quarta semana, caso não haja sucesso com a dosagem menor.
Para TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), um estudo recomendou doses diárias de 300mg de óleo de canabidiol. No geral, as dosagens começam em 10mg/dia, e chegam a no máximo 600mg/dia, no caso desse estudo sobre pacientes com Parkinson, Mas lembre-se: a dosagem do medicamento é personalizada, não importa para qual condição seja o tratamento.
Quanto tempo leva para o canabidiol começar a fazer efeito?
Quanto tempo leva para o canabidiol fazer efeito? – O tempo necessário para o CBD produzir efeitos varia de uma pessoa para outra. Também é preciso considerar a via de administração e dosagem na forma de medicamento. De qualquer forma, estima-se que, quando ingerido via oral, ele possa fazer efeito em cerca de 30 minutos a uma hora.
Quais médicos podem prescrever canabidiol?
CFM – Conselho Federal de Medicina | CRMs – Conselho Regional de Medicina
Confira os principais destaques da Resolução CFM no 2.113/14 |
Aprovação: Está autorizado o uso compassivo do canabidiol no tratamento de epilepsias em criança e adolescentes que sejam refratárias aos tratamentos convencionais. |
Restrito aos especialistas: Apenas as especialidades de neurologia e suas áreas de atuação, de neurocirurgia e de psiquiatria poderão prescrever o canabidiol. |
Cadastro: Os médicos prescritores deverão ser previamente cadastrados em plataforma online criada pelo Conselho Federal de Medicina para este fim. O mesmo deverá ocorrer com os pacientes. |
Pré-requisito: Para receber a prescrição, o paciente necessita preencher os critérios de indicação e contraindicação para inclusão no uso compassivo. |
Acompanhamento: Os pacientes submetidos ao tratamento com o canabidiol deverão ser acompanhados, de acordo com relatórios enviados pelos médicos prescritores. |
Esclarecimento: Os pacientes, ou seus responsáveis legais, deverão ser informados sobre os riscos e benefícios potenciais e assinar Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). |
Proibição: A regra veda a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados, que não o canabidiol. O grau de pureza da substância e sua apresentação seguirão determinações da Anvisa. |
Revisão: A decisão do CFM deverá ser revista em dois anos, quando serão avaliados novos elementos científicos. |
CFM – Conselho Federal de Medicina | CRMs – Conselho Regional de Medicina
Quantas gotas de canabidiol posso tomar por dia?
Plano semanal para principiantes: quantas gotas de óleo de CBD 5% deve tomar por dia? – Se estiver a experimentar óleo de CBD pela primeira vez, comece com uma gota de 5% de óleo de CBD por dia durante a primeira semana, independentemente do seu peso corporal.
Quantas gotas de canabidiol para dor?
Via de administração: Via oral 2.4. Posologia: Segundo receituário anexado aos autos (ID.38078903), Canabidiol 50mg/ml, tomar 10 gotas de 12 em 12 horas.